domingo, 2 de abril de 2017

966 - Fosfoetanolamina sintética. Um resultado preliminar dos testes clínicos pelo Icesp

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) anunciou nesta sexta-feira (31) que decidiu suspender a inclusão de novos pacientes nos testes clínicos com a fosfoetanolamina, composto polêmico que ficou conhecido como "pílula do câncer", devido à ausência de "benefício clínico significativo" nas pesquisas realizadas até o momento.
Ao todo, 72 pacientes, de 10 diferentes grupos de tumores, foram tratados até o momento nesse estudo da fosfoetanolamina. Destes, 59 tiveram suas reavaliações, e 58 não apresentaram resposta considerada objetiva pelos médicos. Apenas um paciente, que tem melanoma, apresentou uma resposta ao tratamento - uma redução de mais de 30% do tamanho das lesões tumorais.
"Neste momento, o estudo tem se revelado muito aquém em termos de taxa de resposta. Conversamos com a comissão que acompanha o estudo a pedido do professor Gilberto Chierice. Fizemos reuniões internas sobre o que fazer com estes resultados e achamos mais prudente suspender a inclusão de novos pacientes no estudo", disse o diretor-geral do Icesp, Paulo Hoff, que supervisionou a pesquisa. [...]
O grupo de câncer colorretal foi o primeiro a completar a inclusão de todos os pacientes previstos nesta fase, e foi encerrado, pois nenhum paciente apresentou resposta objetiva ao tratamento.
"O estudo continua aberto, ele não é fechado. Como em toda boa prática de pesquisa, os pacientes que já foram incluídos continuam recebendo o produto e serão todos acompanhados. O que nós estamos apresentando é um resultado preliminar atendendo a ideia de transparência total", disse Hoff. "Todos os pacientes continuarão sendo acompanhados pelo Icesp", completou.
De acordo com Hoff, o estudo deverá receber sugestões para uma reestruturação. "Se houver continuação com [novos] pacientes, será com [portadores de] melanoma".
Fonte: G1
No Acta: 795 - Fosfoetanolamina



Como surgiu a pílula
A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da USP, em São Carlos, pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado. Apesar de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.

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